segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O, A

O, A

É o vermelho sobre as rodas

Voraz devora o asfalto.

É a pausa, o reconforto.

As frases, o riso, o simples.

O semáforo,

O volante, seguro firme pela mão possante.

O freio, a calma, o receio.

O ego, a convenção, a placa, a conversão.

A noite, as estrelas, piscando de lá ou adiante.

O certo, o incerto.

Os olhos escuros, castanhos, encantos tamanhos.

O judô, os golpes, o estranho.

O charme, o cigarro, a fumaça parada em estranhos volteios,

Consumida pelo pulmão engasgado da cidade.

A imortalidade!

A sorte, a loteria,

A vida!

O nada, a alegria.

O tudo, a morte!

O livro,

O gigante, o herói, o deus, o implicante.

O conhecido, o convencido, o incrível!

O canto, o grito.

O acessível.

A angústia, o repleto,

O vazio, a frustração.

O lobo, a argúcia,

O tempo inquieto...

O teto.

A marca, o filme.

A operação, o sangue,

A contramão!

A órbita, a lua,

A pele, o arrepio...

O triste, o só, mas arredio!

O dia a dia, o depois,

O nunca...

A confusão, o desaforo,

O uso, o abuso, a comiseração.

Os números infinitos, intolerantes!

O imposto, o crédito,

A descrença!

A rosa, a cruz, a seita.

A metalúrgica, a alumínio,

A sociedade, o declínio.

A absorção, a dissonância!

O som estridente, a raiva contida entre os dentes!

A concordância, a passividade.

O encanto, a poesia.

O copo, a espuma fria.

O filho, a família;

A rebeldia.

O mando, a punição.

As línguas, a tradução.

O espaço, o avião,

Outras terras, a revolução.

O cão abanando a cauda,

O vento soprando a calma!

O escudo, o elmo, o corcel.

O susto, o desesperado.

O inocente útil, o fútil, o fanfarrão.

A bola, a rede.

O doce, a fome.

A falta, a sobra.

O dinheiro, a luta infame.

O hospital, o silêncio, o sangue.

O ponto final, a interrogação.

O mar, a maré...

A aflição!

O elevador, o escritório.

O extintor, o telefone, o atual, o anterior,

As revistas, os jornais, a publicidade e muito mais.

O sabonete, o bastonete.

O reconhecimento, o pranto.

O especialista, a gente, o urgente.

As ruas, as drogas, o instrumento.

O joguete, o satélite.A luz, o escuro, o beijo quase puro...

O abraço, o afago, as garras de aço!

O adeus, as quintas, as terças, sábados esporádicos.

O resumo.

A amizade.

O tumulo, a saudade!

Nereide Drimus

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